É o que ocorre com os freqüentadores de Igrejas falsas ou administradas sob ótica humana. Ficam com seqüelas espirituais que o tempo não consegue eliminar.
A Igreja embora se pareça com empresa e tenha alguns fundamentos comuns, não pode ser administrada como empresa comum. Uma empresa, quando em crise, pode pedir concordata. A Igreja não. A empresa pode baixar o preço do seu produto e promover dias especiais de liquidação. Uma vez desovado o estoque é possível repô-lo com produtos novos ou até mesmo com outras linhas de aparelhos. Você consegue pensar numa Igreja promovendo liquidação do seu produto, o Evangelho de Cristo? Baixando o preço? Embora haja muitos mercenários no mercado oferecendo um evangelho e um cristo sem consistência. Falsificados com heresias variadas. Pense na Igreja trocando seu estoque. Repondo-o com outras pessoas. Até que a idéia não é má. Caso fosse possível trocar alguns produtos e substituí-los por outros autênticos, o trabalho cresceria. Sugiro algumas trocas. Crentes fofoqueiros. Preguiça. Sem palavra. Enrolados. Orgulhosos. Agressivos. Que só conseguem ver o negativo da vida alheia. Donos da verdade. Politiqueiros. Pecadores não alcançados pela graça. Que usam a Igreja para proveito pessoal. Murmuradores. Promotores de discórdias. Que não pagam o que devem. Mundanos. Beberrões. Parece lista de casamento de pobre. Quem se dispõe a adquirí-los? Um objeto arranhado, amassado, numa empresa tem seu preço diminuído e alguém o adquire. Na Igreja, só um louco o faria.
Uma empresa visa lucros. Não consegue sobreviver caso não os consiga. Qual o lucro da Igreja? Não há ciência humana para mensurar a rentabilidade espiritual. Nem mesmo virtual. Como calcular o lucro de um jovem que abandona o inferno das drogas? Uma criança que aprende a amar, respeitar os pais, ser temente a Deus. Não existe contabilidade, tampouco números para determinar o resultado. Pessoas que aprendem a viver em sociedade. A respeitar o semelhante. A conviver com pessoas difíceis. Conseguem perdoar e compreender, mesmo não sendo solicitadas a fazê-lo. Nenhuma ciência de administração consegue explicar tais resultados. Logo, Igreja não é empresa. Os lucros empresariais são materiais. Corrosivos. Passíveis de roubo (Mt 6:19). Os da Igreja não. São eternos (Mt 6:20). Igreja não é empresa.
Nas empresas são possíveis os balanços ao final de cada exercício. Você pode remarcar os preços. Proceder a correções contábeis. Desmobilizar patrimônio. Reavaliá-lo. Fazer acordo com o fisco e proceder a pagamentos com receitas futuras. Cabe ao empresário captar recursos de sobrevivência no mercado. A Igreja é diferente. Suas receitas são voluntárias, produtos do amor dos seus membros. Os que contribuem fazem-no exclusivamente por amor. Não há uma receita fixa. Ela oscila de acordo com a dificuldade dos seus membros. Alguém perde o emprego e passa a receber auxílio da igreja. Nem por isso a receita da Igreja cai. Outros mudam de cidade ou chegam, a Igreja sobrevive. Expande e cresce. Igreja não é empresa. Empresa investe em lucros. Igreja em vidas. Empresa se desenvolve seguindo o saber administrativo dos seus líderes, sócios ou administradores. A Igreja é movida pela ação do Espírito Santo. Seus métodos não têm parâmetros humanos. Sua ação, às vezes imperceptíveis, só pode ser mensurada na eternidade.
Empresa tem composição diversificada. De uma S.A. a uma Ltda., outros modelos existem que se submetem ao Direito comercial. A Igreja tem modelo único. Tem dono. Exclusivo. Único. Que não divide sua propriedade com humanos. Não vende cotas ou ações. Não usa bolsa de valores. Sua cotação não sofre com a oscilação de mercado. Cristo, o Senhor e edificador da Igreja, não divide a glória de sua noiva com outros. Ai de quem manchar, denegrir ou usurpar o seu senhorio sobre a Igreja. Tentar administrá-la por métodos humanos. Não prosperará. Duro é recalcitrar contra a Igreja do Senhor.
Às vezes, e quase sempre, esquecemos esta verdade fundamental sobre a Igreja. Cremos, porque somos bem sucedidos no mundo secular, que é possível aplicar os mesmos princípios na Igreja. Podemos e devemos usá-los, mas submissos à direção do Espírito Santo. Temos a oração como recurso. A santidade como meio para ouvir a voz do Espírito. A submissão como ferramenta de trabalho. Lembrando que Cristo continua sustentando a Igreja, apesar dos homens (Ef 5:29). O melhor método para administrar a Igreja do Senhor é perguntar ao Senhor da Igreja quais projetos Ele tem para a sua noiva. Não é fácil fazê-lo, sem despir as vestes da vaidade e do orgulho pessoal.
Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
fonte:http://www.pastorjuliosanches.org/
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