quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A DIFERENÇA

Há objetos que parecem iguais, mas são diferentes, quando examinados sob ótica científica. Outros parecem similares. Possuem o mesmo princípio. São classificados como genéricos. Padecem de confiança no mercado consumidor. Olhado com reticência, se impõe pelo preço, jamais pela confiabilidade do usuário. Há os que são recauchutados. Duram menos. Oferecem riscos maiores. São susceptíveis de acidentes. Não conseguem concorrer com marcas consagradas e aprovadas pelo tempo. Não faltam os que têm os mesmos rótulos. Trazem marcas de renome. Mas levados ao crivo da análise são declarados falsos. A olho nu nada os diferencia do produto verdadeiro. Os resultados para o consumidor são drásticos. Mortais. Contém substâncias tóxicas que matam e deixam seqüelas irreparáveis. Quem sofre os resultados do falso tem dificuldades de crer no verdadeiro.

É o que ocorre com os freqüentadores de Igrejas falsas ou administradas sob ótica humana. Ficam com seqüelas espirituais que o tempo não consegue eliminar.

A Igreja embora se pareça com empresa e tenha alguns fundamentos comuns, não pode ser administrada como empresa comum. Uma empresa, quando em crise, pode pedir concordata. A Igreja não. A empresa pode baixar o preço do seu produto e promover dias especiais de liquidação. Uma vez desovado o estoque é possível repô-lo com produtos novos ou até mesmo com outras linhas de aparelhos. Você consegue pensar numa Igreja promovendo liquidação do seu produto, o Evangelho de Cristo? Baixando o preço? Embora haja muitos mercenários no mercado oferecendo um evangelho e um cristo sem consistência. Falsificados com heresias variadas. Pense na Igreja trocando seu estoque. Repondo-o com outras pessoas. Até que a idéia não é má. Caso fosse possível trocar alguns produtos e substituí-los por outros autênticos, o trabalho cresceria. Sugiro algumas trocas. Crentes fofoqueiros. Preguiça. Sem palavra. Enrolados. Orgulhosos. Agressivos. Que só conseguem ver o negativo da vida alheia. Donos da verdade. Politiqueiros. Pecadores não alcançados pela graça. Que usam a Igreja para proveito pessoal. Murmuradores. Promotores de discórdias. Que não pagam o que devem. Mundanos. Beberrões. Parece lista de casamento de pobre. Quem se dispõe a adquirí-los? Um objeto arranhado, amassado, numa empresa tem seu preço diminuído e alguém o adquire. Na Igreja, só um louco o faria.

Uma empresa visa lucros. Não consegue sobreviver caso não os consiga. Qual o lucro da Igreja? Não há ciência humana para mensurar a rentabilidade espiritual. Nem mesmo virtual. Como calcular o lucro de um jovem que abandona o inferno das drogas? Uma criança que aprende a amar, respeitar os pais, ser temente a Deus. Não existe contabilidade, tampouco números para determinar o resultado. Pessoas que aprendem a viver em sociedade. A respeitar o semelhante. A conviver com pessoas difíceis. Conseguem perdoar e compreender, mesmo não sendo solicitadas a fazê-lo. Nenhuma ciência de administração consegue explicar tais resultados. Logo, Igreja não é empresa. Os lucros empresariais são materiais. Corrosivos. Passíveis de roubo (Mt 6:19). Os da Igreja não. São eternos (Mt 6:20). Igreja não é empresa.

Nas empresas são possíveis os balanços ao final de cada exercício. Você pode remarcar os preços. Proceder a correções contábeis. Desmobilizar patrimônio. Reavaliá-lo. Fazer acordo com o fisco e proceder a pagamentos com receitas futuras. Cabe ao empresário captar recursos de sobrevivência no mercado. A Igreja é diferente. Suas receitas são voluntárias, produtos do amor dos seus membros. Os que contribuem fazem-no exclusivamente por amor. Não há uma receita fixa. Ela oscila de acordo com a dificuldade dos seus membros. Alguém perde o emprego e passa a receber auxílio da igreja. Nem por isso a receita da Igreja cai. Outros mudam de cidade ou chegam, a Igreja sobrevive. Expande e cresce. Igreja não é empresa. Empresa investe em lucros. Igreja em vidas. Empresa se desenvolve seguindo o saber administrativo dos seus líderes, sócios ou administradores. A Igreja é movida pela ação do Espírito Santo. Seus métodos não têm parâmetros humanos. Sua ação, às vezes imperceptíveis, só pode ser mensurada na eternidade.

Empresa tem composição diversificada. De uma S.A. a uma Ltda., outros modelos existem que se submetem ao Direito comercial. A Igreja tem modelo único. Tem dono. Exclusivo. Único. Que não divide sua propriedade com humanos. Não vende cotas ou ações. Não usa bolsa de valores. Sua cotação não sofre com a oscilação de mercado. Cristo, o Senhor e edificador da Igreja, não divide a glória de sua noiva com outros. Ai de quem manchar, denegrir ou usurpar o seu senhorio sobre a Igreja. Tentar administrá-la por métodos humanos. Não prosperará. Duro é recalcitrar contra a Igreja do Senhor.

Às vezes, e quase sempre, esquecemos esta verdade fundamental sobre a Igreja. Cremos, porque somos bem sucedidos no mundo secular, que é possível aplicar os mesmos princípios na Igreja. Podemos e devemos usá-los, mas submissos à direção do Espírito Santo. Temos a oração como recurso. A santidade como meio para ouvir a voz do Espírito. A submissão como ferramenta de trabalho. Lembrando que Cristo continua sustentando a Igreja, apesar dos homens (Ef 5:29). O melhor método para administrar a Igreja do Senhor é perguntar ao Senhor da Igreja quais projetos Ele tem para a sua noiva. Não é fácil fazê-lo, sem despir as vestes da vaidade e do orgulho pessoal.



Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
fonte:http://www.pastorjuliosanches.org/

CONTRAPESO

A prática comercial contradiz a definição da palavra. Contrapeso é o que compensa o que está faltando em um produto, diz o dicionário. Mas na prática ele compensa o peso, não o produto. O comerciante o usa para completar o peso original com porções não aproveitáveis. É o sebo que acompanha a carne, nos açougues. É o horror das crianças que são obrigadas a ir ao açougue buscar a “mistura”. Depois voltam para devolver o produto e ainda ouvir desaforos do açougueiro, sem poder retribuir. O contrapeso atua contra o vendedor e contra o comprador. Ambos perdem no confronto do relacionamento. Ganha o dono do estabelecimento comercial.

Hoje não se usa mais contrapeso. As pessoas compram o produto já embrulhado e são embrulhadas com o contrapeso sem poder devolvê-lo. É a coxa do frango que traz toda a pele do galináceo. O bacalhau que tem cauda além do normal. A carne bovina que esconde sob a bela aparência da alcatra sebo e gorduras não aproveitáveis. Tudo é manipulado para ludibriar o comprador; claro, sem ter a quem reclamar.

Antes da descoberta da embalagem a vácuo o balconista era o que mais sofria com o contrapeso. Lembro-me do meu tempo de balconista nas Casas da Banha, no Catete, praça Mauá e Sãens Pena. A ordem que recebia do gerente era “empurrar” tudo ao cliente. Não podia ocorrer sobras. Caso ocorresse sobra, sempre havia a bronca do gerente do supermercado. Do lado oposto do balcão estava o cliente, vigilante, reclamador e sempre disposto a chamar o gerente. Este quando chamado sempre ficava do lado do freguês. Recebia “broncas” duplas. Do freguês e do gerente. “Onde já se viu confundir orelha de porco com a pele do suíno que integrava a orelha?” Para permanecer no emprego e sobreviver, só havia um recurso: escutar calado. Claro que após doze horas de atendimento o balconista amaldiçoava todas as peles de porcos, gorduras da carne seca, o comprimento da suã do rabo do porco e como contrapeso a maldição da feijoada da madame. Era sofrimento sem fim. Ainda hoje sinto profunda compaixão pelos balconistas que são obrigados a sorrir para os fregueses reclamadores e prestar contas aos gerentes impiedosos e hipócritas que ordenam um comportamento e exigem outro quando questionados. Na secção de salgados, nós balconistas, travávamos brigas homéricas com o sal que dissolvia nossos dedos, os fregueses que detestavam o contrapeso e o gerente que nos obrigava a vendê-lo.

Hoje sou grato a Deus pelas experiências com os contrapesos. O Senhor ensinava-me, com paciência e benignidade, como viver e administrar os reclamadores e contrapesos que cada dia aparecem em nosso caminho. Os contrapesos, nada acrescentam ao principal. Acrescentam o peso a ser carregado, mas não são aproveitáveis. São aqueles que fazem volume no reino de Deus e na Igreja. Mas não podem ser usados como bênçãos para outros. São indigestos. Aumentam o peso da responsabilidade do grupo, mas não edificam. Jesus os teve em abundância no seu ministério. Eram as multidões. Quando o Mestre os desafiou a tomar a cruz e segui-Lo, desistiram. São os que aplaudem a entrada triunfal em Jerusalém e dias depois gritam: Crucifica-o! Crucifica-o! Por isso é perigoso analisar o grupo, sem antes escoimar os contrapesos.

E os reclamadores? Estes são numerosos. Reclamam de tudo. Quando não há do que reclamar, reclamam porque não podem reclamar. São os insatisfeitos. Nunca estão contentes com o que tem e com o que lhe é oferecido. Vivem de Igreja em Igreja. Mudam de Denominações. De líderes e de ambientes, sempre à procura do perfeito inexistente. Querem o melhor, mas nada produzem para melhorar o ambiente. Jesus os teve também. Eram os críticos. Até por que alguém não lavou as mãos antes do lanche, criticavam.

Às vezes a Igreja se apresenta como aquelas secções de salgados das Casas da Banha. Há os que estão feridos, cansados de tanto trabalhar, tentando servir os reclamadores que estão do outro lado do balcão. Querem bons sermões, sem contrapesos, é claro. Boa música. Ambiente climatizado. Aconchegante. Espaçoso. Boa iluminação. Sanitários perfumados. Recepcionistas angelicais, sem os problemas normais dos míseros mortais, a esboçar sorrisos amáveis. Pontualidade nos horários, embora eles jamais cheguem à hora. Literatura diversificada e individualizada, mas sem um centavo de participação. Não sei o que é mais triste. Ser contrapeso ou servir a contrapesos. Caso não ocorra cuidado no servir, o contrapeso consegue liquidar a alegria do servir.

Mais triste ainda é saber que o contrapeso sempre vai ser lançado no lixo. Mas antes ele consegue estragar a vida de muitas pessoas. Pior ainda, sempre contamina os que estão na fila aguardando a vez.

Fomos salvos, não para ser contrapeso na causa do Mestre. Cristo nos convida a sermos bênçãos e jamais amaldiçoar a vida dos que com sacrifício e amor procuram fazer o melhor. Não fica bem ao verdadeiro salvo ser contrapeso e alimentar reclamações.

Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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ONDE ESTAVA DEUS?

A pergunta é antiga. Tão antiga como o próprio pecado que afastou o homem de Deus. Quebrou o relacionamento entre criatura e Criador. Ela poderia ter sido feita no Éden. “Onde estava Deus”, que não impediu o primeiro casal de pecar? Por quê Deus respeitou a liberdade de sua criatura? Por quê fê-la livre, se até hoje continua ignorante quanto ao uso de sua liberdade? Castro Alves, o poeta dos escravos, em 11/06/1868 em voz D’África pergunta: “Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!? Em que mundo, em que estrela Tu T’escondes, embuçado nos céus?” Em Navio Negreiro, 18/04/1868, sua voz desesperada pela dor gerada pela crueldade humana soa: “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade / Tanto horror perante os céus... Existe um povo que a bandeira empresta / Pra cobrir tanta infâmia e covardia!... / E deixa-a transformar-se nessa festa / Em manto impuro Bacante fria! / Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta / Que impudente na vávea tripudia?!... / Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto, / Que o pavilhão se lave no teu pranto...”

Bandeiras continuam sendo emprestadas para colorir os jovens mortos no Iraque, no Afeganistão, no Timor Leste, na Faixa de Gaza, as vítimas do PCC no Estado de São Paulo e em muitos outros locais do nosso pequeno e triste mundo. Vítimas da natureza que geme sob a maldição do pecado (Romanos 8:22), fazem ecoar a mesma pergunta. Ela pode ser ouvida na Indonésia com o atual terremoto ou o eco dos que sobreviveram ao Tsunami de 2004. Não há um só minuto em que alguém em algum lugar pergunte: “Onde estava Deus?” Quando da morte do filho único. A perda do cônjuge querido. As vítimas daquele acidente causado pelo motorista embriagado. Como não ouvi-la nos gemidos de dor dos pais que perderam o filho dos seus sonhos para o traficante sarcástico e impune que infesta as nossas cidades? Ninguém se atreve a responder. A oferecer o endereço de Deus. Medo? Não! Por não conhecer ou temer compreender a razão de tantas desgraças. Concluir que a pergunta está mal formulada. Não é “onde estava Deus?”, mas “estamos nós no uso da liberdade que Deus nos concedeu?” Não se trata de fuga ou saída tangencial, mas de assumirmos as conseqüências dos nossos tresloucados atos, sem a intervenção Divina.

Esta a pergunta correta que o Papa Bento XVI deveria ter feito em Auschwitz, Polônia, ao visitar os monumentos às vítimas do nazismo. Deus estava onde sempre esteve. Jamais silenciou as Suas verdades. Viktor Frankl que foi discípulo de Freud, mas seguiu caminho diferente na psicologia, vítima do nazismo, diz: “Vi homens e mulheres agindo como animais. Vi homens e mulheres recitando Salmos e cantando enquanto eram conduzidos aos fornos crematórios!” Sim! Deus estava no coração dos salvos nos campos de extermínios. Não há explicação para o desvirtuamento da verdade. “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz...” (Apocalipse 3:20). A própria Igreja se recusa ouvir a voz de Deus e praticar suas verdades. Cegou o povo com sua idolatria. Desviou seus olhos e sua mensagem da fonte da vida: Jesus.

Em “O Vigário”, peça de teatro, Roel Hochhuth, no ato V, coloca nos lábios do Dr. Lotbar Luccani, que se arrogava ser a S.S. os dominicanos da era tecnológica, diz: “Todavia, a Igreja, que durante séculos praticou o crime no Oriente, agora quer representar o papel de instância moral de uma parte do mundo. É um absurdo!... Um de nós é honesto... o outro crente. Foi a Igreja a primeira a provar que se podia queimar os homens como carvão. Somente na Espanha, e sem fornos cremáticos, vocês queimaram trezentos e cinqüenta mil pessoas. E quase todas foram queimados vivos. Para isso é preciso a ajuda de Cristo.” (p. 231).

É a falta de compromisso com o Evangelho de Cristo que levam “cristãos” a indagar “Onde está Deus?” Evangelho esmaecido por vidas não identificadas com a suprema verdade: Jesus.

A dor dos campos de concentrações. Dos milhões de famintos no mundo. Das vítimas da AIDS. Da miséria moral. Dos prisioneiros das drogas que matam os infelizes usuários e enriquece o traficante, bem vestidos nas rodas sociais, que ainda recebe encômios pelos bons serviços sociais que presta as suas vítimas, do culto à corrupção política há que fazer-nos refletir que tipo de Evangelho estamos vivendo! Por quê não levamos a sério os ensinos de Jesus. Não basta chamá-lo Senhor, Senhor, é preciso viver Suas verdades.

Pobre Papa, como líder de milhões de “cristãos”, diz não saber onde Deus estava. Como vai orientar os seus discípulos a encontrar Deus? Será que hoje ele sabe onde Deus está? Sabe qual o caminho que leva o homem ao Pai? Parece que não! Continua insistindo no culto à Maria. Aos “santos”. Salvação só através da Igreja. Veneração às imagens. Purgatório, missas e penitências confirmam que ele ainda não sabe onde Deus está.

Como faz falta a leitura da Bíblia. O seu estudo sério, sem anotações de rodapé. Sem a mescla de heresias e doutrinas humanas. Deus estava em Cristo (2ª Coríntios 5:19). Pena que Cristo não estava naqueles que geraram o nazismo. Como não está ainda hoje nos governantes que se dizem cristão, mas promovem o seu status, mediante o sangue de inocentes em guerras estúpidas. Caso tivessem real experiência com Jesus haveriam de sentir a doce voz do Mestre a repetir: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou...” (João 14:27).

Como salvos precisamos inverter a pergunta: Onde estamos nós como testemunhas de Jesus Cristo? O que estamos fazendo com sua mensagem de perdão e amor? Precisamos responder a estes questionamentos para que as gerações futuras não venham a repetir a pergunta de Bento XVI.



Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PRIMAVERA SEM FLORES


Impossível. A natureza aí está com suas cores variegadas dizendo-nos que as flores aparecem na Terra. Algumas são quase imperceptíveis. Apenas os colibris conseguem admirá-las e com seu néctar saciar a fome pelo belo. Outras, arranjadas em vasos especiais, oferecem ao ambiente o perfume que neutraliza a frieza dos contatos sociais. Há as que insistem em florescer no inverno, no outono e no verão, reafirmando a eternidade da primavera. Mas há as especiais que só a primavera tem o privilégio de acolhê-las. Deus nos deu um Universo florido. Belo e exuberante. E nos convida a parar e admirar a criação singular que traz à alma a paz, a alegria de viver, que se renova na esperança dos frutos que as flores anunciam. Há flores e flores. Mas todas com a mesma mensagem: Deus cuida e administra o Universo com a singeleza do belo.

As flores desafiam-nos a não ter pressa. A parar. Contemplar. Refletir e concluir que após cada flor sempre haverá frutos. Os apressados não admiram as flores. Apenas as vêem. Mas sem a alegria de analisar a tonalidade de cada pétala, na mesma flor. A textura. Os desenhos simétricos que dão forma ao inimaginável que só os românticos vislumbram.

Jesus parava em seu caminhar, não apressado, a contemplar lírios. Enxergava neles a mão do Pai. Seu cuidado em administrar as riquezas do amor que nada deixa faltar a seus filhos. “Olhai os lírios”, convidava o Mestre aos seus nervosos seguidores. São efêmeros como efêmera é a vida. Mas o Pai os veste com especial carinho. Eles dizem que vocês podem receber igual cuidado também. Ninguém jamais suplantou a beleza da flor, continuava o Mestre. Mas, cego pela ansiedade. Dominados e escravizados pelos estresses abomináveis deste século, não conseguimos ver. Não ouvimos. O barulho do amanhã gerou surdez absoluta nos olhos da alma. Não conseguimos ouvir a mensagem das flores. Perdemos o olfato, dominado pelos odores de uma vida vazia de significados. Tristes, não aspiramos mais a fragrância das flores.

No belo e florido Universo criado por Deus, construímos um mundo triste. Sem primavera. Sem flores. Sem reflexão. Sem razão de existir. Os jovens “românticos” não oferecem flores. Geram filhos extemporâneos, que serão abandonados. Os cônjuges não trazem e não recebem flores. As pétalas lançadas sobre a noiva foram pisoteadas pela indiferença que assassina o amor. As flores do altar foram substituídas pelas togas pretas dos magistrados, que declaram separados o que Deus não ajuntou. Os jardins deram lugar ao cimento frio. A natureza geme por ausência de flores. Nos altares. Nos corações. Nas matas inexistentes. Nas vidas agressivas, que respondem com violência a qualquer aproximação.

Flores não florescem onde há mágoas. Não germinam na selva do ódio. Perdem seus matizes quando envoltas na ingratidão. Murcham quando o esquecimento do belo suplanta a força do amor. Frágeis, não suportam a violência. Por isso temos primavera sem flores. Sem esperança. Sem a possibilidade de frutos que mantém a vida.

A sociedade está mergulhada em tristeza. Pessoas infelizes por desconhecerem a beleza das flores. Incapazes de se emocionar com um simples lírio do campo. Precisamos de Jesus. Com Ele caminhar. Parar a Seu lado e com Ele aprender a contemplar as flores. E ver nelas o convite para viver uma primavera florida, onde o amor de Deus seja real.




Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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PERDÃO QUE EMANA DA CRUZ


Na cruz vemos a culminância do amor de Deus a sua criatura decaída no pecado. Só o amor é capaz de interpretar, explicar e suportar a cruz. Impossível a alguém que insiste em rejeitar o convite e viver sob a sombra do amor, compreender o que ocorreu na cruz. A mensagem de amor que a cruz transmite nos emociona. Obriga-nos à reflexão. Exige uma resposta comprometedora. Sem interferir na decisão do objeto amado, a cruz apela à liberdade de escolha e de resposta. Convence por si mesma, sem precisar de rebuscado discurso.

Paulo, o apóstolo, ficou tão impressionado com a prova de amor oferecida na cruz, que exclama: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). Isto significa que a cruz quebrou a norma humana. É praxe aos homens, ou aqueles que dizem amar, solicitar uma prova de amor do objeto amado. “Se você me ama....” e lá vem uma solicitação, nem sempre condizente com a essência do amor. Quase sempre o pedido visa o bem estar de quem diz amar. Ao passo que o amor verdadeiro busca o bem do objeto amado. Pedido que busca se locupletar na inocência ou carência alheias. Da indignidade do amor oferecido e também exigido. Amar para tais pessoas é receber. É aproveitar-se do outro. É prazer próprio, independente das consequências que ocorram na experiência do objeto amado. A cruz inverte este proceder e realça o amor em sua verdadeira natureza.

O objeto amado não pediu e nunca solicitou uma prova de amor a Deus. A caminhada histórica de Deus com o homem chafurdado no pecado, sempre foi prova suficiente do amor divino e comprovação da rejeição desse amor por parte do homem. As declarações de amor são tantas e incontestáveis que o homem não tinha e continua não tendo como pedir uma prova de amor ao Criador. “Eu amei..” diz o Senhor (Oséias 11:1). Apesar da rejeição ao meu amor, continuei a amá-lo, diz o Senhor. Jesus sintetiza esse amor na declaração universal do amor de Deus à humanidade, sem nenhuma acepção: ”Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Amor dádiva. Amor primeiro. Amor iniciativa, independente da resposta. Amor comprometido com o ideal único: O bem estar. A felicidade do objeto amado. Alcançado por este amor, sem conseguir explicá-lo ou mesmo entender porque Deus me ama, João, o apóstolo, diz: “Nós O amamos a Ele por Ele nos amou primeiro” 1ª João 4:19). É amor constrangedor, diz Paulo ao escrever aos rebeldes salvos em Corinto (2ª Coríntios 5:14). Constrange porque não pedi para ser amado. Não busquei corresponder ao chamado do amor. Mesmo assim Ele veio ao meu encontro. Procurou-me. Achou-me. Aceitou-me como estava e providenciou nova vida envolta na sublimidade do amor. Que maravilhoso amor!

Na cruz Jesus dá prova desse amor ao suplicar perdão para os seus algozes. Amor e perdão caminham juntos. São inseparáveis. Quem ama perdoa. Quem perdoa ama. Só conseguimos perdoar movidos pelo amor. Sem amor o perdão é pedido de desculpas esfarrapadas. É simulacro que sepulta na hipocrisia doentia a nossa incapacidade de amar. Jesus tinha ao pé da cruz todas as mazelas da traição humana. Toda a hipocrisia do ser humano, carcomido pelo pecado, estava reunida junto à cruz. A hipocrisia gerada pelo pecado, fomentada pela ausência de temor, floresceu ao redor da cruz.

Ali estava a Lei romana, com sua paz hipócrita, transvestida de justiça. O Governo em sua empáfia de seriedade escreveu o título da cruz e executou o réu. “O que escrevi, escrevi”, disse Pilatos. Não houve oportunidade para questionar a inocência do réu. Interesses políticos. Financeiros. Posições dentro do Governo, não admitiam contestação. Investido por leis elaboradas pelos próprios executores, o homem se julga superior a Deus. Ainda hoje é assim. A cena se repete nos tribunais. Nas salas de audiências. Nas delegacias. Nos escalões das empresas. Na liderança das Igrejas. No seio das famílias. Sou a Lei e a executo. Você obedece e ponto final. Jesus perdoou os executores e legisladores famintos de poder. “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Pobres e infelizes criaturas, desconhecem o amor e a verdadeira Lei.

Ao pé da cruz estava o povo olhando. Ah! O povo. É o silêncio dos que deviam reagir e não reagem. Preferem se ocultar no silêncio comprometedor. Preferem calar ante as injustiças. Não reagem. Sabem que o ato é injusto. Alguém está sofrendo, como inocente. Persiste o silêncio sepulcral. Indiferente a dor da ingratidão, Jesus perdoa-lhes “Pai perdoa-lhes...”, são dignos de misericórdia e compaixão.

Há os zombadores. Conhecem a Lei. Sabem a Bíblia de cor. Interpretam-na sob hermenêutica escusa e própria. Não lhes interessa a verdade. A posição eclesiástica é mais importante que o comprometimento com a verdade dos fatos. Zombam de tudo e de todos. Crêem na impunidade. “Pai perdoa-lhes...” São cegos que se recusam a ver. Carecem de perdão.

Junto à cruz estão os soldados. São treinados a obedecer sem questionar. A executar sem perguntar. A decidir sem sentimento. Repartem as vestes, pois o soldo é pequeno. Lançam sorte sobre a túnica, na certeza de que o ganho poderá compensar, se a sorte ajudar. Alguns têm vinagre e fel para minorar a dor da ingratidão. Zombam da desgraça alheia. São insensíveis a qualquer sofrimento. A vida os tornou cruéis, pela necessidade de sobreviver. “Pai perdoa-lhes...” é o retrato, sem retoque, da miserabilidade do homem sem o temor de Deus. Precisam de perdão.

Há o acusador. Pregado em outra cruz, ele prorrompe em acusações. Precisa de uma desculpa. Repete o primeiro casal no Éden. Alguém é responsável pela desgraça que me atingiu. Não fosse você, eu não estaria sofrendo as consequências das minhas escolhas. A sociedade está repleta de acusadores. Dedo em riste, sempre apontando para alguém. “Pai perdoa-lhes...” a ignorância e falta de raciocínio carecem de perdão.
Alguns contemplavam de longe. Em silêncio, tentam entender o drama. Sentem-se impotentes para agir e reagir. São vítimas de si mesmos. Não conseguem romper com o sistema. São frágeis para empreender ou esboçar uma reação. Eles continuam existindo aos milhões. São dignos de compaixão. “Pai perdoa-lhes...”. Em breve eles reagirão. Precisam de perdão para a inércia do momento. Serão esclarecidos. Mudarão de comportamento.

Apenas um, clama por misericórdia. Viu na cruz o perdão que emana do amor. Compreendeu o significado da cruz. Apoderou-se da essência da mensagem da cruz e suplicou: “Lembra-te de mim...”. Experimentou o perdão. Foi envolvido pelo amor e no amor. Adentrou os paramos celestes cantando: “Oh! Maravilha do amor de Jesus, desse admirável amor sem igual! Cristo penou e morreu numa cruz, para salvar-me da morte eternal”. (CC 36). Perdão e amor continuam a fluir da cruz. Ambos estão ao seu dispor.




Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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QUER NAMORAR COMIGO?


Esta pergunta que todo adolescente faz, traz em si um mundo indecifrável de surpresas. Verdadeira caixinha de Pandora. A pergunta também pode ser: Vamos namorar? O conteúdo continua o mesmo. As consequências também. Ao respondê-la a maioria passa a usar uma espécie de venda mágica nos olhos, que cega completamente a racionalidade e a capacidade de discernir. Nada mais é visto no outro, senão as coisas que um dia “serão boas”. As ruins não contam. Os possíveis defeitos são neutralizados. Os distúrbios e desvios de caráter são aceitos como normais. Até mesmo uma latinha de coca-cola, como piercing, na orelha passa a ser um referencial de conduta normal. Enquanto sua mensagem revela desequilíbrio familiar. Educação destituída de valores perenes. Conflitos entre os cônjuges e a prole. Ausência de valores permanentes. Uma psicopatia em gestação, cujos resultados terminam na Delegacia da Mulher. Algumas poucas vezes na sala do juiz, com aplicação da Lei Maria da Penha. Em outros, e são muitos na atualidade, o término ocorre no cemitério, com o sacrifício de inocentes que não pediram para nascer. Tais distúrbios não são questionados. Como a natureza segue o seu curso, não há perguntas sobre o comportamento das pessoas. A mãe natureza simplesmente apresenta a conta a ser paga, com a frieza natural dos fatos. A natureza não questiona o porquê do não uso correto da liberdade. Cabe aos atingidos pelas ações tresloucadas de indivíduos sem consciência, compreender a lição. Mas a vida comprova que não conseguimos aprender as lições da vida. O “amor” que não é amor, não vê e não discute desequilíbrios.

Apenas crê que a aparência dócil e jovial, do relacionamento sem compromisso, gera compromissos duradouros. O resultado aí está: A família desestruturada. Em decadência. O doce lar se transforma em fel de amarguras.

Assusta o desequilíbrio familiar na atualidade. Temos tudo para construir famílias equilibradas. Felizes. Saudáveis. Mas o resultado atual é trágico em todos os aspectos. Nem mesmo as famílias que se dizem cristãs estão conseguindo resultados positivos. Que influenciem e promovam melhoria social. Não há grande diferença entre os filhos de Deus e os filhos dos homens, usando a linguagem da corrupção humana descrita em Gênesis. Os valores que norteiam os lares não diferem. O povo de Deus abandonou os princípios estabelecidos na Bíblia para orientação familiar e aderiu as normas propostas pelo pecado.

Esta união escusa tem como resultado filhos rebeldes. Depressão em massa. A Fluoxetina é o alimento dos salvos que não conseguem mais repetir os Salmos 3:5 e 4;8. Há necessidade de reforços psicotrópicos para aliviar a ausência de paz íntima.

É possível detectar alguns elementos responsáveis ou geradores do desequilíbrio familiar atual. Sem levar em conta a soma dos fatores sociais, uma vez que nos interessa aqui o que ocorre no âmbito da Igreja. Razão simples: Cabe aos salvos ditar as normas de conduta correta para os demais segmentos da sociedade. Como sal e luz o salvo tem a responsabilidade de nortear o caminho a ser percorrido. Mas se estamos sem norte, não há como guiar os demais cegos.

Banalizou-se o casamento, com seu pressuposto bíblico. Os jovens chegam ao casamento, quando chegam, com a firme decisão de ter o divórcio como solução para o primeiro desencontro conjugal. Não deu certo, separa-se. “Tenho direito à felicidade”. Mesmo quebrando a proposta Divina. Pastor que prega contra o divórcio hoje, se sujeita ao título de retrógrado e perda do pastorado. A frente pró-divórcio avança e coíbe qualquer preparação para o casamento. A pureza sexual deixou de ser norma entre os jovens. A maioria avança o sinal no segundo encontro.

A igreja vê e fecha os olhos. Os pais sabem e silenciam. Sentem-se amedrontados. Não conseguem dialogar com os filhos e propor a pureza como conduta esperada dos salvos. A quebra da fidelidade gera casamentos que já começam fracassados. O sentimento de culpa fatalmente expõe o casal a desavenças. Há ausência de vida espiritual no lar. Trocou-se o culto doméstico pelas novelas. Mesmo que a música tema seja uma elegia a satanás, os salvos a absorvem com normalidade. Poucas são as crianças que ainda ouvem histórias bíblicas antes de dormir. A ausência de comunhão com Deus na infância gera os jovens tatuados no futuro. Deus foi banido do recesso dos lares. Não há porque se assustar com filhos de salvos drogados. Encarcerados a buscar novas experiências que supram a falta de experiência com Cristo.

As Igrejas estão falhando ao abolir a Escola Bíblica em função de programas outros que propõem o crescimento do rebanho, mas sem conteúdo bíblico. Manter uma EBD requer investimento. Bons professores, comprometidos com as verdades bíblicas. Um culto sem Bíblia é mais atraente e mais fácil de produzir. O resultado se faz sentir na família.

A mundanização do sagrado nivelou as verdades bíblicas. Tudo é relativo. Como não há normas definidas, todas são válidas.
Cumprem-se em nossos dias a mensagem de Isaías 39: ”Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomaram conselho, mas não de mim”...v.1 “Povo rebelde é este, filhos que não querem ouvir”. v 9.

A rebelião está produzindo os seus frutos. Amargos frutos de uma geração sem compromisso com Deus.

Você quer namorar comigo? A gente fica. Caso dê certo pensaremos em compromisso mais sério. Resultado: mais uma vida a chafurdar-se no pecado. Antes do sim, pense nos resultados.

Sugiro-lhe reposta diferente. Responda: Vamos orar. Buscar a direção do Senhor. Manteremos a pureza e santidade dos nossos corpos. E se for da vontade do Senhor construiremos juntos uma família feliz. Você pode conseguir.




Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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PAIS DE ADOLESCENTES

Mais que privilégio é poder compreender o intrincado agir da natureza humana em suas múltiplas faixas etárias. Penetrar o desconhecido de cada ser e laborar propostas que apontem caminhos definidos, a serem palmilhados. Já repetimos milhares de vezes que a adolescência é um momento áureo para os pais, educadores e o próprio adolescente. A criança descobre a vida. A si mesma, como ser diferente dos demais e com reações, às vezes, não controladas. Inicia-se a entrada no mundo adulto com suas mentiras e hipocrisias. Torna-se difícil codificar a realidade, especialmente do lar, com as verdades que lhe foram transmitidas ou impostas na maioria das vezes. Mas que não funcionam na prática e na vida daqueles que as transmitem. Isto faz do adolescente um sofredor. Quase sempre solitário, embora atraído pelo grupo e comprometido com o seu agir. Na verdade o grupo impõe as regras do comportamento, mas não lhe dá soluções para suas crises existenciais. Enquanto o adolescente reflete o grupo, amedrontado com a possibilidade de não ser aceito, persiste o medo de que todos no grupo são solitários e ninguém tem solução para as angústias do outro. É o momento em que o adolescente mais precisa dos pais, a quem possa recorrer ou ser recorrido, isto é, a iniciativa da procura parte dos pais para ajudá-lo a transpor esses momentos cruciais.

O grupo “impõe” sua própria fragilidade. Oferece soluções que não solucionam. O adolescente sabe desta verdade. Pois seus “amigos” vivem os mesmos dramas de todos. Como encontrar soluções em alguém que não consegue resolver as suas próprias dificuldades?

O adolescente tem consciência dessa verdade. Sofre por si mesmo e pelo outro que não tem solução. Comparando os pais, conclui que todos são iguais, apenas residem em endereços diferentes. A atitude ou reações que toma reflete o desequilíbrio maior, o da família. Alguns não cortam mais os cabelos, como a dizer que os pais perderam a noção de limites. Outros raspam os cabelos. Parecem antagônicos, mas a mensagem é a mesma: Os pais não conseguiram administrar relacionamentos sadios dentro do lar. Há os que usam roupas dez vezes maiores do que seu manequim. E os que tentam comprimir massa corpórea em recipientes cinco vezes menores. Não é só a não aceitação do corpo em transformação, mas a mensagem de que há algo errado a seu redor. Há os que buscam tatuagem para dizer que se sentem horrorosos. Claro que se lamentarão no futuro e serão marginalizados por si mesmos e pela sociedade que os estimula a tais excessos.

Dizem com isto que não estão satisfeitos com seus corpos. Não aprenderam a valorizar e aceitar a si mesmos como pessoas especiais e únicas no universo. Os piercings são mensagens agressivas do desequilíbrio familiar. O adolescente quer ser visto. Precisa ser olhado. Admirado e odiado ao mesmo tempo. É a maneira de impor castigo punitivo a si mesmo. Carrega um profundo sentimento de culpa pelo desequilíbrio da família. Nada melhor do que a auto-flagelação. Os riscos não contam. O adolescente sabe que eles existem e os deseja como forma inconsciente de purificação da sua incapacidade em não solucionar os problemas próprios e da família. Mesmo quando “crente” ele esquece que seu corpo é templo do Espírito Santo e não pode ser mutilado. A santidade do corpo não está sujeita apenas a sua beleza externa, mas também a sua preservação e não aplicação de suplícios desnecessários. A Bíblia é clara ao defender a integridade do nosso corpo como santuário Divino. “Não fareis marcas alguma sobre vós; eu sou o Senhor” (Levíticos 19:28). Deus nos deseja íntegros, como Ele nos criou, sem nenhum acréscimo à obra perfeita da criação.

O pecado transtornou o equilíbrio humano. Gerou o descontentamento e a não aceitação de nós mesmos. No adolescente esse desequilíbrio se apresenta com maior intensidade. Até mesmo com agressividade.

Por esta razão o adolescente precisa de pais equilibrados. Que se preparem ao longo de uma jornada paterna para administrar esses conflitos com sabedoria. Lares equilibrados pela pureza e beleza do amor, conseguem passar pelas tormentas da adolescência sem grandes conflitos. Não se pode esperar chegar à adolescência para iniciar o processo de conscientização. Há que haver preparo espiritual. Intelectual (leitura de boa qualidade e literatura especializada), vida religiosa íntegra, compromisso com Cristo, exemplo de sincero relacionamento com Deus e, não haverá grandes transtornos. O exemplo de Abraão ao caminhar com o filho adolescente, convicto de que o Senhor proverá, dará aos pais subsídios valiosos para esses momentos. Mas para tê-los e saber usar é preciso caminhar com o adolescente. Isto requer tempo e dedicação. Poucos pais estão dispostos a subir o Moriá com os filhos. Preferem a indolência, a caminhar juntos.

A adolescência é um precioso momento da existência. Não só para o adolescente cristão, ao buscar firmar suas convicções espirituais. Mas também para os pais. Mediante relacionamento de sincero amor entre os cônjuges, oferecerão aos filhos a direção necessária para um viver equilibrado e saudável. Viva o amor como pais e haverá amor no coração adolescente.



Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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A IGREJA E O SONHO DO PASTOR


Por vocação todo pastor é um sonhador. O desafio do ministério em suas múltiplas nuanças gera sonhos. Alguns irreais. Outros se projetam na eternidade quando contemplaremos os resultados do labor pastoral. Sonhar gera sofrimentos. Dores de parto, Gálatas 4:19, escreve Paulo. O processo da formação espiritual é longo e penoso. São dores contínuas. Vigilância constante. Sonhar está envolto em aflições crescentes, Colossenses 1:24. Há um mistério entre o pesadelo e o sonho. Às vezes se confundem. Embora as aflições sejam apenas os restos dos sofrimentos de Cristo pela Igreja. Isto apavora. Aliás, o pastor é humano. Um humano investido de responsabilidades espirituais que superam a própria dimensão humana. É instado a amar mesmo não recebendo amor, 2ª Coríntios 12:15. Esse amor, sem retorno, gera desgaste profundo na missão pastoral. O cuidado com a Igreja gera opressão, 2 Coríntios 11:28. Não opressão maligna. Mas a opressão da responsabilidade. Da prestação de contas ao Sumo Pastor, 1ª Pedro 5:1-4. Ovelha não entende de sofrimento pastoral. Não compreende a dor que causa ao se ausentar do rebanho. Ao desgarrar-se atraída pelo uivo traiçoeiro do lobo voraz. Ovelha se satisfaz com muito pouco. O pastor não. Quer mais. Busca o bem da ovelha. Sua saúde espiritual. Sua pujança em produzir novas ovelhas, mediante bom testemunho, para o fortalecimento do rebanho.


Nos textos citados encontramos a dor do coração do pastor. Há, porém um texto que assombra o labor pastoral. Paulo escreve à Igreja em Corinto. Igreja que tudo possuía. Experiências amargas com o pecado. Igreja que comprova a força transformadora do Evangelho de Cristo, 1ª Coríntios 6:10-11. Pecadores infames tinham sido transformados em santificados em Cristo Jesus, 1ª Coríntios 1:2. Mesmo transformados não conseguiam viver a harmonia do Evangelho. Brigas. Disputas. Superioridade orgulhosa. Permissividade pior que a dos não salvos. Confusão nos cultos. Arrogância espiritual. Partidarismo e muitos outros fatores modernos integravam a Igreja. Paulo, o pastor, sonha. Não desiste. Tem um alvo. Fazer daquele grupo insano, rebelde e irreverente, algo novo. O apóstolo usa a figura da virgem noiva, 2ª Coríntios 11:2. Vestida com as vestes nupciais. Pronta para ser entregue ao noivo. Noivo muito especial: Cristo. Na mente do apóstolo a figura usada por João mais tarde, Apocalipse 19:7-8, ganha um colorido especial. Vestida de linho finíssimo. Sem manchas. Sem os resquícios ou respingos do pecado. A noiva é entregue solenemente pelo pai ao noivo. Paulo se considera um gerador da Igreja. Ela foi gestada mediante longo processo de trabalho e dedicação exclusiva. Lágrimas, muitas lágrimas, foram derramadas, para fazer daquele grupo uma Igreja de Cristo. Mas eis o momento aguardado. Ofegante ele, o pastor, se aproxima do noivo e faz a entrega. A Igreja não lhe pertence. É propriedade do noivo. Cabe ao noivo desposá-la. Introduzi-la na câmara nupcial. O apóstolo sonha com esse momento e o descreve, Efésios 5:25b-27. Compensou toda a dor do ministério pastoral. Valeu lutar contra os inimigos da Igreja. Combater os Alexandres, latoeiros, 2ª Timóteo 4:14. Advertir as ovelhas quanto ao perigo dos lobos cruéis e dos homens perversos, Atos 20:29-30. O sonho se transformou em realidade graças à ministração do Bom Pastor, que deu a sua vida pelas ovelhas.


A Igreja existe para ser vitoriosa. Por antecipação o seu fundador lhe concedeu o título de vencedora. Medalha de ouro. Lugar garantido no pódium celeste. Nenhum poder consegue destruir a Igreja ou enfraquecê-la. Pode fazê-la sofrer. Muitos há que geram sofrimento à Igreja. Turbá-la com a introdução no seu corpo de elementos estranhos aos propósitos de Cristo. Mas ela permanece se ataviando para o encontro com o noivo.


O sonho do pastor não advém do onirismo, mas da convicção de que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja de Cristo. Como componente da Igreja, você, ovelha, é desafiada a compor esse sonho. A jamais abandonar a Igreja e o rebanho do Senhor. Não permita ser atraída pelos uivos que chegam de todos os lados, oferecendo comida contaminada por heresias. Há um sonho e você faz parte dele. Ser apresentado a Cristo com vestes puras. Lavadas pelo sangue precioso do Cordeiro, o Bom Pastor. Sonho com a Igreja vitoriosa. Sonhe comigo.



Autor:Pastor Julio Oliveira Sanches
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Prossigo para o Alvo

Filipenses 3:13-14, “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”

Uma das coisas que sem dúvida nenhuma machuca muito uma pessoa é a ingratidão. O apóstolo Paulo em uma missão passou por uma cidade chamada Galácia, e nessa cidade enfrentou lutas muito grandes, sofrimentos, fome, todas as lutas que um missionário passa no campo de missões. E tudo isso somente para um objetivo, alcançar almas para o Senhor Jesus. Mas todo o esforço de Paulo para salvar alguns na Galácia, em certo momento parece que foi em vão, apenas parece.

Gálatas 3:3, “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?”

Paulo não se conformava de que alguns estavam se desviando da verdade, desviando-se de Jesus, começaram de maneira espiritual, mas agora, após algum tempo, estavam se desviando para a carne. O que Paulo enxergava nisso, é que todo o trabalho que fizera, todo sofrimento, todas as orações, vigílias, enfim, parecia que tudo havia sido em vão. E não somente o que Paulo passou, mas o que eles mesmos já haviam passado por causa da fé.

Gálatas 3:4, “Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão.”

Claro que o Apóstolo estava insatisfeito com essa situação. Estava triste por que nem tudo o que ele plantou, vingou. Assim somos cada um de nós, muitas vezes plantamos, acreditamos, oramos, buscamos a Deus, mas ainda que plantamos muito, nem todas as sementes nascem. Às vezes investimos nosso tempo, nosso amor, nossa dedicação em pessoas que não querem compromisso com Deus. E qual o primeiro pensamento que nos ocorre? Que tudo que fizemos foi em vão! Você já teve a sensação de ter trabalhado tanto por alguma causa, e após um tempo sentiu-se como se tudo tivesse sido em vão?


1 Coríntios 15:58, “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”

Não há nada, absolutamente nada, que você faça e que Deus não recompense a sua vida por isso!

Muitas coisas nós vamos orar, chorar, clamar a Deus, e Deus tem as razões dEle para não dar algumas coisas que pedimos. Deus sabe melhor do que você o que você realmente precisa para viver e ser feliz. Se por ventura Ele não te der algo, você vai deixar de amá-lO? Deixaria de servi-lO?

Muitas pessoas quando acham que não alcançaram nada, deixam o Senhor, e se esquecem que um dia falou: “Seja feita a tua vontade!”

Quando escolhemos a vontade de Deus para as nossas vidas, estamos abrindo mão de escolher nossos caminhos e permitimos que Ele nos guie, que Ele nos conduza.

2 Reis 4:18-20, “E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe. E ele o tomou, e o levou à sua mãe; e esteve sobre os seus joelhos até ao meio dia, e morreu.”

Lemos um trecho bíblico de uma mulher que tinham um filho que estava com dor de cabeça, e logo em seguida ela se pôs de joelhos e orou, até ao meio dia, mas seu filho não resistiu e morreu. Muitos pais já passaram por isso, e não há dúvida que a dor é imensa. Mas pensando em nossos propósitos, já oramos por tantas coisas que não conquistamos, quantos sonhos apresentamos em oração e depois nossos sonhos morreram. O que fazer na hora que um sonho morre?

Temos que fazer como Paulo fez. Primeiro que nada feito pra Deus é em vão!

Segundo, que ainda que não alcancemos tudo o que sonhamos temos que fazer como Paulo ensinou. PROSSEGUIR PARA O ALVO!

Nosso alvo é morar no céu com nosso Senhor e Salvador Jesus. Pouco importa se a porta de emprego era a que você sonhava, pouco importa se o carro que você tem é o que você sonhava, o importante é que você prossiga para o alvo!

Filipenses 3:13-14, “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

Paulo disse, "não julgo que alcancei tudo o que eu queria", nem tudo o que Paulo quis, alcançou. Mas isso não foi motivo para ele parar de prosseguir! Não desista dos seus sonhos! Lute, prossiga para o alvo, o seu alvo é Jesus!




Pr. Bruno Domingues

Vida de Servo - Romanos 12

O Apóstolo Paulo, nesta carta aos Romanos, como costuma fazer em alguns de seus escritos, apresenta primeiro uma parte doutrinária – a colocação dos fundamentos da fé - após passa à uma parte prática – expressões da vida cristã. A doutrina gera a prática. A prática é fruto da doutrina ministrada. No capítulo 12 se inicia a parte prática da carta que contém três significativos assuntos: a conduta pessoal do cristão, a atitude do cristão diante dos não cristãos e o convívio entre os cristãos. Queremos, entretanto, fazer algumas reflexões sobre o conteúdo dos dois primeiros versículos desse capítulo.

É impressionante como Paulo pode, em apenas dois versículos, concentrar tantos ensinos. Ele inicia o capítulo com um verbo apelativo: rogar. Esse termo nos faz sentir que havia um grande anseio no coração de Paulo em transmitir, àqueles que designa como: “chamados para serdes de Jesus Cristo” (Romanos 1.6), princípios importantes para a vida cristã vitoriosa. Paulo sabia, muito bem, que os discípulos que compunham a comunidade em Roma, viviam em uma sociedade tremendamente pecaminosa e, agora, convertidos à fé cristã, nela deveriam viver, integralmente, como novas criaturas em Cristo Jesus.

O mesmo acontece conosco hoje. Nós, discípulos do Senhor Jesus, vivemos, também, em uma sociedade corrupta e é nela que devemos testemunhar a vida cristã autêntica. A ciência e outros aspectos da sociedade humana evoluíram, enquanto a vida moral, a ética e a conduta continuam sob as mesmas falhas, erros, pecados e maldades de todas as épocas anteriores. É nessa sociedade impiedosa que, como cristãos, precisamos expressar os valores da vida do Senhor que reside em nós.

O anseio de que os cristãos vivam a nova vida que possuem em Cristo ativamente - vida completamente diferente da forma que o mundo apresenta - levou Paulo a fazer essa veemente súplica: “Rogo, pois, irmãos”. É um caloroso chamado que seu zelo apostólico faz àqueles que nasceram de novo em Cristo Jesus. Escrevendo aos Gálatas, Paulo demonstrou o mesmo cuidado para aqueles que estavam sob seu pastoreio: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gálatas 4.19). A diligência pelos filhos espirituais o levava a desmedidos sacrifícios!

O que, agora, Paulo roga aos romanos é, justamente, em outras palavras, o mesmo que requereu dos Filipenses: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, com uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Filipenses 1.27). Os que já nasceram de novo, apesar de estarem unidos a Cristo por uma aliança eterna, precisam, entretanto, moldar ainda mais as suas vidas segundo aquilo que o Senhor quer encontrar neles: obediência total à sua vontade que é boa, agradável e perfeita.

Nós não alcançamos automaticamente o caráter perfeito e santo que vemos em Cristo Jesus, quando nascemos de novo. Alcançá-lo depende de uma disposição do nosso coração de efetivar aquilo que Deus reservou para fazermos. Há, conseqüentemente, uma carreira a correr e uma vitória a alcançar. Bem-aventurado é aquele que se propõem, consigo mesmo, chegar ao clímax que Paulo chegou ao dizer: “estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.19,20).

Notemos que o rogar de Paulo é motivado por um fato muito forte e nobre. É “pelas misericórdias de Deus”. Nós sabemos que tudo que Deus fez, faz e fará por nós, provêm de sua misericórdia. Paulo coloca o termo no plural – “misericórdias” -, pois, elas são incontáveis e indizíveis. São inúmeras as misericórdias que recebemos de Deus, sendo que a maior delas é a nossa salvação eterna na pessoa de seu Filho. O sacrifício vivo, único e perfeito, realizado em nosso lugar, substituindo-nos, é o maior apelo que possamos ter, conclamando-nos a oferecer a Deus, também, um sacrifício vivo, santo e agradável dos nossos corpos, fazendo-lhe, perfeitamente, o que lhe agrada.

Se nós somos filhos de Deus, o somos pela sua compaixão para conosco. Dessa forma, devemos tomar para nós a exortação apostólica: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (I Pedro 1.14,15). Eis o perfeito sacrifício vivo que devemos fazer em resposta às “misericórdias de Deus”. Não há motivação maior para que vivamos a vida de santidade do que a gratidão que temos pelas misericórdias de Deus, que, diariamente vem ao nosso viver!

Paulo roga, entretanto, que, “pelas misericórdias de Deus”, apresentemos nossos corpos “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. Certamente o Apóstolo está lembrando que na cruz foi feita a perfeita oferenda “Viva, santa e agradável a Deus” por todos nós. E Deus a aceitou pois foi feita pelo seu Filho. Assim como Jesus fez esse sacrifício por nós, devemos nós, também fazê-lo a Deus em gratidão ao que dele recebemos.

Que é apresentar o nosso corpo por sacrifício vivo? Primeiro, afirmamos que Deus não deseja rituais, sacrifícios abstratos, místicos, sentimentais. O que ele quer é algo bem prático. Ele espera que apresentemos a nós mesmos diante dele, com atos concretos, práticas diárias e contínuo viver segundo a sua vontade. Sacrifício vivo é a oferta que se expressa com a vida -. Nessa mesma carta, Paulo já ensinou: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte, mas se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (Romanos 8.13).

Aqui está o sacrifício vivo que nos é pedido: “mortificar os feitos do corpo”. Isso significa que os atos que fazemos impulsionados por nossa carne e que não correspondem à vontade de Deus, devem ser dizimados e queimados no altar, diante dele. E, as cinzas que restarem, devem ser jogadas fora do arraial, como os israelitas faziam com as sobras sem valor dos animais sacrificados (Êxodo 29.14), ou seja, devemos retirar de nós todos os resíduos da velha vida que permanecem em nós e que nada mais significa para nós que vivemos, plenamente, a nova vida em Cristo.

Recordemos que toda a depravação da raça humana se expressa através do corpo. Vejamos como age o homem estranho a Deus: o seu cérebro – parte essencial do corpo – programa o mal que ele deseja executar; seus olhos vêem somente o que é impróprio; sua língua profere a mentira, o engano, a maledicência; os pés são rápidos em correr pelo mau caminho e as mãos apressam-se em ferir, agredir, apossar-se do que dos outros. Comandados pelo cérebro desvirtuado seus sentimentos e atitudes são, verdadeiramente, pecaminosos.

A santidade cristã, da mesma forma, se efetivar através dos membros do corpo em um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Isso começa com a mortificação dos atos que, em nós, são da natureza carnal, fazendo com que cada membro do corpo opere de acordo com os comandos do cérebro que se rege pela vontade de Deus.

Assim, a mente pensará com a sabedoria que lhe vem do Alto; a língua falará a verdade eterna e entoará louvores ao Senhor; os olhos estarão voltados para Jesus assimilando sua pureza e integridade; os pés se apressarão a andar pelos caminhos justos; as mãos irão abençoar e o coração se derramará em amor, até mesmo, para com os que maltratam, perseguem e fazem todo o mal.

È isso que significa “sacrifício vivo” – oferenda que expressa a vida de Cisto em nós! Também, jogar fora tudo o que não vem de Deus e valorizar tudo que dele vem a nós. Nessa mesma carta aos Romanos, 6.13, Paulo escreveu: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça”. Isso é culto racional a Deus!

A seguir, Paulo faz outro apelo necessário: “não vos conformeis com este século”. Saibamos que o século – o mundo – negligencia a vontade e o propósito que Deus tem para ele, buscando atender somente a seus próprios interesses humanos. É fácil, muito fácil, acomodar-se com o século – o mundo e seu sistema pecaminoso. Não é difícil acomodar a vida aos padrões do mundo. Quantos cristãos estão fazendo isso e tendo prazer em conformar-se com a vida dúbia que levam.

Há uma palavra de ordem que vem de Jesus: “Não vos assemelheis, pois, a eles” (Mateus 6.8). Não podemos nos acomodar à cultura predominante do mundo dos homens insubmissos a Deus e que o aborrece. Escutemos o que Paulo nos diz em Colossenses 3.1: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”.

“Transformai-vos”, é a chave que o texto apresenta para que possamos apresentar nossos corpos em sacrifício vivo a Deus. E essa transformação começa com a nossa mente. A transformação da mente é o ponto básico para que seja visível em nós a vida que Deus planejou para os que são seus, e que é visível na pessoa de seu Filho. Nossa mente precisa ser esvaziada de tudo que não provém de Deus e ser impregnada com tudo que dele procede. Essa é uma transformação que nos compete fazer.

O texto indica o que deve predominar em uma mente regenerada: “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Só uma mente restaurada pode discernir, obedecer e expressar a mente de Cristo. Os filhos de Deus precisam ter mentes totalmente conformadas aos padrões divinos, pois, um dia, quando menos esperarmos estaremos diante do Senhor que declarou ser “aquele que sonda mente e corações” (Apocalipse 2.23). Nossas mentes serão perscrutadas em seus mínimos detalhes, pois, é na nossa mente que elaboramos todo o bem ou todo o mal que praticamos.

Outra importante expressão do texto é: “para que experimenteis [...] qual seja [... a] vontade de Deus”. É uma riqueza espiritual valiosa, quando, por experiência própria, podemos provar a excelentemente boa, a extremamente agradável e a tão perfeita vontade de Deus para a nossa vida, pois, ela expressa o seu desejo de que sejamos exatamente como seu Filho é.

Nós temos recursos valiosos e acessíveis que nos ajudam a renovar nossa mente:

1. A Palavra de Deus. Uma mente cheia da Palavra direcionará toda a nossa vida mental, conseqüentemente, todo o nosso ser e o nosso fazer será moldado por ela. A palavra é a espada do Espírito que Efésios 6.17 indica como a arma preciosa em nossas lutas espirituais. Aconselhamos a todos lerem o salmo 119 e encontrarem nele a demonstração do que a Palavra é, e os inúmeros valores que ela possui, para a renovação da mente.

2. O Espírito Santo. Ele é a pessoa mais interessada em renovar nossa mente, pois, ele quer moldar em nós a mente do Senhor Jesus Cristo. A nossa mente, sob a graça e unção do Espírito, presidirá nossa vida interior pautando-a com a sabedoria do Alto. É o Espírito que leva a nossa mente a possuir, de forma ampla e nova, a visão de todas as realidades espirituais de Deus.

Ele nos faz, verdadeiramente, ser e agir dentro do que é esperado de nós como novas criaturas. Ele nos fortalece para que, realmente, estejamos vivendo como nascidos de novo em Cristo Jesus. É através dele que Deus cumpre a promessa de imprimir em nossas mentes as suas leis, conforme fala Jeremias 31.33. É ele quem guarda o nosso coração e mente em Cristo Jesus (Filipenses 4.7).

3. A oração. Ela sempre nos levará bem junto a Deus e, assim, dele recebermos força, auxílio e graça para uma total restauração mental. Quando oramos Deus edifica nossa mente e fortalece nosso espírito. Que a nossa súplica sempre seja: Renova, Senhor, a nossa mente para que te conheçamos mais e mais.

Quão tremendo é esse expressivo apelo que Paulo soube sintetizar em apenas dois versículos. Apelo que deve nos levar à experiência que precisamos, hoje, alcançar, ou seja, conhecer a grandeza da vontade de Deus para conosco. Deus não nos quer pequenos, pobres, inferiores. Ele nos quer levar “à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13). Sua vontade, realmente, é de que sejamos seus filhos como seu Filho, Jesus Cristo é. Para isso ouçamos o apelo: “seguindo a verdade em amor cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4.15). Amém.


Erasmo Ungaretti
fonte: adorar.net

A arte de ser Mãe

A Mãe do Tipo de Deus

A mãe aprovada por Deus é uma mulher que teme ao Senhor.

Uma boa mãe não é obra do acaso. Mãe é uma peça de um grande conjunto de virtudes que deve ter uma mulher que teme ao Senhor. Uma coisa é ser mãe, outra, bem diferente, é ser uma mãe do "tipo de Deus".

E por quê dizemos isso? Porque nenhuma mãe é apenas "mãe". Ela não tem apenas a função de "dar a luz". Antes de ser mãe ela é uma mulher, e, como toda mulher, ser mãe é uma função entre muitas outras que Deus lhe tem designado. Ao lermos a Bíblia em Provérbios 31:30 descobrimos que: "A mulher que teme ao Senhor essa será louvada", não diz, a mãe que teme ao Senhor, mas, a mulher que teme ao Senhor. Essa questão é relevante para nos instruir mais sobre o pensamento de Deus da mãe que ele espera que toda mulher seja.

I. A Mãe do tipo de Deus faz parte de um conjunto de uma mulher que teme ao Senhor: Tito 2:3-5;

A. Ela não tem apenas uma ou algumas qualidades: "ninguém será apenas uma boa mãe e será louvada por Deus"
Exemplo: Um funcionário não será bom funcionário só porque não chega atrasado; ver se ele é dedicado; ver se ele não fica brigando com os companheiros; ver se ele tem o espírito de companheirismo.

B. Ela é completa na "descrição divina":
1. Ela ama seu marido: respeita e sabe agir com submissão. Provérbios 31:11-12, "O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida."
2. Ela ama os seus filhos: "Esse amor é do tipo de Deus, e veremos com mais atenção"
3. É uma mulher "prudente": Provérbios 14:1, "Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos."
a) Sabe agir com discernimento, cuidando do que é melhor para todos;
b) Ela pensa no marido, depois nos filhos, e, por fim, pensa nela;
c) O péssimo exemplo de Rebeca: Pensava apenas em um filho!
4. É uma mulher casta: Verso de Nabuco de Araújo: "A mulher não deveria esquecer nunca que o marido depositou em suas mãos a honra do seu nome e o futuro de seus filhos"
5. É uma boa dona de casa;
a) Não tem desculpa nem deixam de ser aquelas que trabalham fora;
b) Dona de casa é a expressão correta para uma mulher que sabe que tem uma casa para cuidar;
c) Nem as próprias mulheres perdoam uma companheira que age como uma bonequinha de porcelana e faz do marido um capacho;

C. Tiremos umas dessas virtudes e não encontraremos a mulher que teme ao Senhor;

II. Esse conjunto não se forma por acaso, firma-se a partir do conhecimento que uma mulher tem da vontade de Deus:

A. Que pode passar da mulher mais velha para ela que é mais nova;

B. Que vem da leitura pessoal das escrituras;

C. Muitas mulheres não tiveram o privilégio de ter uma mãe para ensinar esses princípios importantíssimos;

III. A Mãe do Tipo de Deus compreende a altura e o valor da posição que Deus lhe deu: Lucas 1:30-31; "Não temas, darás a luz a um filho"

A. Ninguém dará importância a uma coisa se primeiro não entender o seu valor: Exemplo da criança com uma nota de cem dólares;

B. Se a mãe não compreender a altura elevada de sua posição, não poderá dar o valor necessário que este ofício requer;

C. Nada pode ter tanto valor aos olhos de Deus do que uma mulher que teme ao Senhor:

IV. A compreensão de sua alta posição levou Maria, a mãe de Jesus, a "aceitar" incondicionalmente a sua tarefa: "Eis aqui a serva do Senhor" Lucas 1:38;

A. Existe muita diferença em aceitar alguma coisa e recebê-la:

B. Esta verdade pode ser evidenciada na vida de muitas mulheres:
1. Há muitas mães que tem recebido a bênção de ser mãe:
2. Isto não quer dizer que aceitam o ofício:
a) Como foi uma gravidez inesperada acabam rejeitando elevada posição;
b) Como não queriam ser mãe desprezam seus filhos;
c) Enfim, receberam mas não aceitaram;

C. Nenhuma mulher será uma boa mãe se não aceitar a honra desta tarefa maravilhosa como uma oportunidade maravilhosa de "servir a Deus"

D. Ela deve dizer ao Senhor: "Eis aqui a tua serva, seja feito em mim segundo a Tua Palavra"

E. Maria aceitou prontamente a oportunidade dada por Deus:
1. Aceitou verbalmente;
2. Aceitou espiritualmente numa oração cheia de fé: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus"
a) Glorificando a Deus pela bênção recebida;
b) Alegrando-se em poder desempenhar tão grande tarefa;

V. Em nossa sociedade será cada vez mais difícil que as mulheres aceitem este papel (ou bênção) tão importante que é ser mãe:

A. É tão importante, que a primeira mulher, primeiramente chamada de "varoa" ganhou um novo nome de seu marido: "Eva" ou seja, mãe da vida;

B. Os motivos que este papel será cada vez mais rejeitado:
1. Profissionalismo;
2. Por desconhecer a recompensa que esta tarefa pode trazer;

VI. Como Maria as mães devem entender claramente que não basta ser mãe é preciso ser uma "boa mãe":

A. Seu primeiro passo foi "apresentá-lo ao Senhor"
1. Consagrar, ou seja, entregá-los aos cuidados de Deus;
2. O primeiro lugar que Maria levou seu filho foi na igreja. Hoje às vezes é o último;

B. Soube segurá-lo quando era preciso retê-lo e soube soltá-lo quando chegou a hora:
1. A mãe precisa aprender de Deus a "reter" seu filho: Lucas 2:48,51; Provérbios 29:15;
a) Com isso queremos dizer que deve segurá-lo com firmeza, ou seja, guardá-lo em seu poder com bastante firmeza;
b) Uma boa mãe saberá dizer "não" com amor quando isto ainda é sua obrigação;
c) A pior coisa que uma mãe pode fazer a um filho pequeno é soltá-lo.
2. A mãe também precisa aprender a soltar seu filho na hora certa: "Segurar não é uma tarefa fácil, soltar é ainda mais difícil"
a) Creio que esta foi a hora mais difícil para Maria; João 2:4;
b) Foi mesmo levada pelo amor materno a pensar que a entrega total de sua vida para Deus era coisa de maluco; Marcos 3:20-21;
c) Precisou na sua vida de mãe "repartir" seu filho com as outras pessoas:
1) Nem todas as mães aprendem isso; Marcos 3:31-35;
2) Muitos casais acabam se separando porque as mães resolvem achar que ainda mandam nos seus filhos;
3. Há muitas mães que soltam seus filhos quando deveriam retê-los e querem segurá-los quando deveriam ser soltos;

C. Ter espírito de contentamento e isto é fundamental para moldar o caráter de uma criança: Lucas 1:39,56;
1. Uma mãe descontente pode criar um ladrão, um assassino ou um deprimido;
2. Já pensou Maria se decepcionar com a condição de vida que levava e transmitir sua decepção à suas crianças?
"Soube criar seu filho em alegria ao lado do carpinteiro de Nazaré; Lucas 4:16"

D. Soube ajudá-lo discretamente. Isto é uma arte em especial.
1. Existe muita verdade na frase: "De tanto querer ajudar acaba atrapalhando";

E. Soube sofrer pelo seu filho sem injuriar ao Senhor: João 19:25;

VII. Mas a mãe que não teme a Deus tem sido um desastre:

A. Quando lhe falta as outras peças do grande conjunto:

B. A forma com que se comporta influencia diretamente seus filhos; Ezequiel 16:44:

C. Penso na filha de Herodias; Mateus 14:8;

D. Penso no filho de Jezabel 2 Reis 9:22 E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?

VIII. A Mãe do tipo de Deus, além de ser uma mulher exemplar será "louvada":

A. Seu filho será seu discípulo; (Ezequiel 16:44)

B. Sua código de instrução sempre será a Bíblia;

C. Que bela figura temos em Provérbios 31:23,28,31;
1. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra. Provérbios 31:23;
2. Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior. Provérbios 31:28-29;
3. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e ouvem-na nas portas as suas obras; Provérbios 31:31;

IX. Será uma "mãe" do tipo de Deus toda mulher que tiver a sabedoria de Maria:

A. Que confessou a Jesus como seu Salvador;

B. Que fez do seu lar um celeiro de "filhos" de Deus;
1. Seus irmãos eram crentes, casados com mulheres crentes; I Coríntios 9:5
2. Um de seus irmãos tornou-se um "apóstolo" (Gálatas 1:19), e este irmão, criado junto com ele confessou: "Sou escravo de Cristo" Tiago 1:1;

C. Resultado: Lucas 11:27; "E aconteceu que, dizendo ele essas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste!"


Autor: Pastor Gilberto Stefano


Adaptação:

Pr. Adelcio Ferreira
www semenadoapalavra.net

Você deveria ter corrido mais!

Conta-se a respeito de um homem que estava acostumado a chegar atrasado a tudo que fazia. Era impressionante! Era como se fosse um vicio. Ele não conseguia, de jeito algum, chegar aos compromissos estabelecidos, no horário certo, e parecia que os conselhos recebidos não adiantavam muito, pois seus pais falavam, seus líderes falavam e… nada mudava. Um dia, surge uma oportunidade extraordinária de emprego, porém ele precisava pegar o trem para chegar a outra cidade para a entrevista. Era o emprego dos seus sonhos. Mas não se esqueçam: ele era o “senhor atraso”. Saiu tarde de casa, demorou em conseguir um táxi até a estação, enfrentou engarrafamento, até que resolveu descer do táxi e saiu correndo por entre os carros parados. Correu, correu a ponto de não aguentar mais. Parecia um velocista dos 100 metros rasos, mas… não adiantou. Quando chegou à estação, o trem tinha acabado de partir. Um homem que estava próximo e viu sua correria, comentou: “Você deveria ter corrido mais”, e ele respondeu: “Não. Correr, eu corri. Inclusive mais do que eu poderia suportar; porém, comecei tarde demais”.

Na verdade, não adianta você ser o homem mais rápido do mundo, se não começar a correr na hora certa. Você já viu como corredores se preocupam em largar bem, senão os outros competidores, mesmo não sendo tão rápidos, mas por largarem melhor, podem chegar à frente. Será que esse também não é um risco que corremos? Ou seja, o risco da procrastinação? Ficamos deixando tanta coisa para depois, achando que sempre vai dar tempo, e até que muitas vezes dá certo. A gente deixa pra depois e, ainda no último instante, conseguimos encontrar nem que seja uma fresta aberta e passamos. O problema é que isso nos acostuma mal e achamos que será sempre assim. Mas, em um belo dia, perdemos o trem que leva com ele toda a oportunidade que esperávamos ter um dia na vida, e só nos resta sentar na estação e chorar vendo outros partirem, enquanto ficamos ali amargando o dissabor do nosso atraso.

É comum encontrarmos pessoas que estão com a idéia equivocada de que serão jovens para sempre e, por conta desse pensamento, achar que a vida vai esperá-las até que estejam “a fim” de fazer determinadas coisas. Por isso, vemos pessoas que estão deixando os estudos pra depois, os consertos na vida pra depois, os pedidos de perdão pra depois, as declarações de gratidão pra depois e, o que é pior, deixando Deus e as coisas de Deus pra depois. Quero lembrá-los das palavras escritas na Bíblia Sagrada, na carta de Tiago, capítulo 4, versículo 14: “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”.

Então, pare pra pensar. Será que você não deveria começar logo a fazer o que tem que fazer? Antes que você seja obrigado a correr, correr e, mesmo assim, estar sujeito a não chegar a tempo para a vida. Lembre-se: não estaremos por perto dos outros o tempo todo, e nem os outros estarão por perto de nós o tempo todo. Enquanto há tempo, faça aos outros, o que deve ser feito; diga o que deve ser dito. Quanto às oportunidades que a vida profissional, sentimental ou intelectual lhe oferecem, abrace-as logo, antes que abrace o vazio. E agora gente, o mais importante! Assim disse o profeta Isaias: “Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto”.

Um abração a todos.


Autor: Pastor Luiz Antonio
fonte:www.luizantoniosilva.com.br
Acesse o site do Pr. Luiz Antonio. www.luizantoniosilva.com.br

Devemos nos calar?


Estamos vivendo, acredito, em um momento que é dos mais delicados em nossa geração. O crescimento da violência, da desvalorização da vida, do pouco caso com a dor dos outros, tem aumentado terrivelmente. E, por isso, eu pergunto: devemos nos calar diante de tanta coisa errada que temos visto?

Sabe, quando vemos pessoas, ou até mesmo entidades, nas quais deveríamos acreditar e, inclusive, esperar que fossem a voz de enfrentamento nesse mundo que está se autodestruindo, e não o fazem, então é que percebemos como as coisas realmente não vão bem. Vejam só: olhamos para a política, e ficamos desesperançosos por conta de leis que nem entendemos bem, e pelo fato de que nem sempre os que são mais votados e, portanto, deveriam ser a expressão da vontade da maioria, são os eleitos. Vemos ainda, num país como o nosso, a prática de um racismo velado, disfarçado o que faz com que haja a necessidade de termos delegacias especializadas em cuidar daqueles que são chamados de vulneráveis, ou seja, crianças, mulheres ou idosos. Mas será que esses “vulneráveis” não deveriam, naturalmente, receber uma atenção especial da própria sociedade? E, como se não bastasse, ainda vemos a religião, que deveria ser o lugar do nosso reencontro com Deus através do preço que já foi pago na cruz do Calvário, ou seja, o sangue de Jesus derramado na cruz, praticamente querendo cobrar das mais diversas formas para que alcancemos aquilo que já nos foi dado por Deus, e é nosso por direito, se compreendermos e aceitarmos Cristo como Senhor de nossa vida.

Será que, em nome da politica da boa vizinhança, devemos nos calar? Devemos ver os nossos jovens entrando precocemente na prática sexual e, em nome de sermos modernos, ficarmos calados? Esses mesmos jovens, ainda em fase de descoberta de identidade, chegam a sua casa pela madrugada e os pais não devem falar nada? Devemos assistir pessoas simpáticas usarem de tal simpatia para confundir a fé das pessoas e ainda fazerem uso dos momentos de fragilidade e ignorância espiritual de muitos, e não fazermos nada? Acho que temos, sim, o que fazer!

Em primeiro lugar, devemos fazer da nossa casa, do nosso meio familiar, um lugar de resistência a essa cultura que nos tem sido imposta, ou seja, a cultura do aceitar tudo em nome da modernidade ou em nome de “continuarmos bem na fita”. Depois, creio que devemos observar o que pode ser feito em nosso universo pessoal, começando, por exemplo, em tomar a decisão de não nos calarmos diante de pessoas que praticamente estão nos pedindo socorro, opinião, aconselhamento. Muitas vezes o nosso corre-corre não nos permite “gastar” tempo com aqueles que só precisariam de uma palavra de orientação de alguém que tenha a coragem de ir de encontro aos padrões estabelecidos por esse mundo. Devemos também não nos calar quanto a nossa fé em Cristo Jesus, pois, se de um lado nos acusam de fanáticos e até mesmo de utópicos, porque confessamos a nossa fé, e ainda dizem que devemos deixar nossas crenças longe dos debates sociológicos, por outro lado, muitos se acham no direito de confessarem a sua descrença em Deus, fazendo apologia a uma vida de achismos e, sutilmente, tentando seduzir as pessoas com uma forma de viver sem responsabilidade para com os outros e nem para consigo mesmo. O resultado disso é que temos visto nascer em nossa sociedade um tipo de homem cada vez mais descompromissado com o seu semelhante.

Não, não devemos nos calar! Vamos falar! Falar o que? Falar do amor… Não de um amor apenas cantado ou recitado, mas de um amor que aparece nas atitudes, inclusive nas mais simples atitudes. Falar o que? Falar que Deus é amor, e que o seu amor é incondicional, capaz de ir além das religiões, das ideologias, dos dogmas, das filosofias, das raças, do sexo. Sim, o amor de Deus é para todos. E esse amor é que deve nos constranger a mudar cada vez mais, para melhorar a nossa forma de viver.


Autor: Pastor Luiz Antonio
fonte:www.luizantoniosilva.com.br
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