terça-feira, 22 de março de 2011

PERDÃO “LIBERADO”

Perdoar como Deus nos perdoa, Colossenses 3:13, não é fácil. Perdoar segundo a orientação bíblica é difícil para o ser humano, seja ele salvo ou não. Todos sabemos que a ausência do perdoar é uma fonte que gera amarguras, ódios, ressentimentos, doenças incuráveis e encurta vida. Quem não consegue perdoar vive menos e não usufrui as belezas da existência.

A incapacidade em perdoar gera subterfúgios para desviar a atenção do verdadeiro foco do problema. ”Perdoo, mas não quero vê-lo”. “Perdoo, mas não esqueço”. “Perdoo, mas entrego o problema a Deus, para que no tempo próprio ocorra o castigo merecido”. Enquanto aguardo o “agir” divino continuo sofrendo. Como Deus é tardio em castigar, e nem sempre castiga, começo a desconfiar da justiça divina. Como consequência sofro mais.

Os remendos para ausência de perdão se multiplicam. As desculpas são inumeráveis. Os resultados desastrosos para a pessoa que não consegue perdoar. O “inimigo” passa a dormir em nossa cama. Assombra-nos com pesadelos durante a madrugada. Senta-se a nossa mesa às refeições. E às vezes, aproveitamos para triturá-lo com o bife. Ele viaja conosco e participa das nossas férias. Atrapalha os melhores momentos da vida. Até que a doença incurável chega e consegue nos corroer na desdita da amargura.

Para livrar a pessoa, que não consegue perdoar, a Psicologia sugere o “liberar perdão”. Como o psicólogo trata o individuo, não a solução do problema em si, a sugestão funciona durante algum tempo. Você “libera perdão” para o seu inimigo. Se ele vai receber o beneficio dessa liberação unilateral não é problema seu e não lhe interessa. Resolvo o “meu” problema na intuição de que o problema deixou de existir. Mas não deixou. Esse “liberar perdão” levou muitos, bem intencionados, a ingressar no G12 e suas regressões. O culpado é sempre o outro. O que não é verdade na vida prática.

O processo do perdoar proposto por Jesus, Mateus 18:15-22, não tem liberação unilateral. Jesus sabia que as desavenças e desencontros nos relacionamentos, gerados pelo pecado, têm duas faces. Ninguém é culpado sozinho, tampouco inocente. A minha ação gera a sua reação e vice-versa. Por isso a proposta bíblica não passa pelo liberar perdão. Somos desafiados a nos confrontar com o ofensor. Olho no olho, inclusive com testemunhas para resolver o problema. As dificuldades são confrontadas. Uma vez reconhecidas, o relacionamento é restabelecido e o perdão mútuo promove a paz que foi desfeita. Peço-lhe perdão pelo erro cometido. Você faz o mesmo e passamos a conviver sem magoas ou ressentimentos.

Claro que o processo de Jesus é mais difícil. Exige renúncia e capacidade de amar o inimigo, quando este não admite a reconciliação. Mas é o que melhor funciona. Para conseguir praticá-lo, às vezes, tenho que crer que Deus conhece o meu coração. Sabe das minhas intenções e dos meus pensamentos. Deus examina o meu íntimo. Como não consigo esconder do Senhor qualquer sentimento, sou obrigado a reconhecer que preciso de ajuda. Esta verdade me conduz a ser honesto comigo, com Deus e nos meus relacionamentos. Sabendo disso digo a Deus que detesto o meu irmão. Eu sei que é pecado o meu agir, pois a Palavra de Deus assim o declara. Acrescento que não consigo amar o meu inimigo. Tenho dificuldades em perdoá-lo e aceitá-lo como ele é. Como pecador, o meu desejo é a sua destruição. Mas como salvo eu sei que este desejo me causa males terríveis e não integra o querer divino para a minha vida. Portanto suplico ao Senhor que me ajude a perdoá-lo, como Jesus me tem perdoado.

Este proceder pode levar tempo, às vezes anos, em função da minha fragilidade. Mas chega o dia em que abraço o meu “inimigo” sem nenhum ressentimento pelo mal que me fez. O perdão produziu o seu efeito. Num encontro dolorido, com lágrimas, mas profundamente benéficos para nós dois, a paz é restaurada. Não “liberei perdão”. Tampouco fugi da realidade. Caminhei a segunda, a terceira e mais milhas em que permiti ao Espírito Santo realizar a obra do perdão e do amor sincero em nossas vidas.

O perdão há que estar disponível. A vontade de perdoar também. Movidos pela graça divina cumprem os seus papéis. Mas não ocorreu liberação unilateral. O perdão só é liberado quando o arrependimento realiza a sua tarefa. Foi o que ocorreu na cruz com os dois salteadores. Jesus perdoou o que se arrependeu, mas não liberou perdão para o impenitente. É assim que Deus trabalha com o pecador e com os seus filhos. Não podemos tentar atalhos para o que Deus tem proposto em sua Palavra de modo tão claro. O caminho divino é melhor com resultados eternos.

Pastor Julio Oliveira Sanches

segunda-feira, 21 de março de 2011

OUSE AMAR

O ministério com famílias na atualidade oferece-nos desafios crescentes e constantes. Satanás tem investido na família, buscando desestruturá-la. O inimigo sabe que um lar dividido não subsiste. Vidas são arruinadas. Às vezes irrecuperadas. O prejuízo social é incalculável. Não há como prever e prevenir o que faz uma criança, criada num lar sem amor, quando jovem, em termos de estragos para si e para os outros. Uma vida sem fundamento sólido leva muitos outros à ruína. A sociedade paga elevado preço pelo desequilíbrio familiar. Amedrontados, todos somos vítimas da ausência de autoridade no lar. Onde não há valores definidos. Todos os valores são corretos, inclusive o descaso com a existência do semelhante.

A Igreja tenta sobreviver e se equilibrar entre os valores novelescos que corroem os lares, e, os fundamentos bíblicos que deviam servir como norte a todos os salvos. É uma luta desigual. Injusta e cruel. Até parece que a malignidade satânica suplanta a santidade divina. Os valores corroídos do pecado sobrepõem-se ao verdadeiro amor que deveria nutrir a vida dos salvos.

Ser puro sexualmente hoje, é vergonhoso. É candidatar-se às chacotas mesquinhas dos depravados. O salvo que prima pelos padrões Divinos sente-se humilhado. Colocado à margem do grupo que se vangloria de suas conquistas irracionais. Não são apenas jovens e adolescentes cristãos a enfrentar as mulheres de potifares modernos. Os casais sofrem as pressões do “Todo mundo faz”. O adultério é o tema preferido das novelas que degradam o nosso povo. Os triângulos amorosos. Relações espúrias e incestos são ensinados com os mínimos detalhes. Os lares se abrem todos os dias para receber aulas e práticas de como ser infiel. Professores especializados em troca de cônjuges ensinam como trair ou revidar uma traição. Como manter relacionamentos amorosos fora do casamento e vencer na vida. Artistas belas, corpos com as “medidas certas”, jovens esbeltos, “sarados”, dão aulas aos nossos filhos de como ser infiel no relacionamento. Como iniciar a vida sentimental sem comprometimento com a família, com o lar e casamento. Satanás é excelente pedagogo. Ele sabe que a aprendizagem vem pela repetição. Por isso sugere aos tolos que é preciso ver de novo, a velha mentira de sempre. Cavalheiros cafajestes, bem aquinhoados na vida, vencem usando a malandragem. “Apaixonam-se” por adolescentes indefesas que sonham com o paraíso das fadas inexistentes. Como é triste assistir a desagregação da família. Permanecer casado. Ser romântico. Manter caráter impoluto. Cumprir os votos conjugais significa cafonice. Aliás o mundo “mudou” e os valores bíblicos não mais valem para os dias atuais.

Neste labirinto escabroso do pecado surge a Igreja que continua a crer nos princípios bíblicos. No casamento como instituição Divina, monogâmica e indissolúvel. Exalta o amor puro entre um homem e uma mulher. Repudia os trejeitos entre duas pessoas do mesmo sexo. Crê na fidelidade e no caráter de duas pessoas ao cumprir o voto conjugal assumido no casamento. Sabe que o amor é dinâmico e há que ser trabalhado a cada dia com esmero e carinho. Preocupa-se em oferecer aos casais recursos para administrar o viver a dois dentro dos parâmetros expostos por Deus. Aceita como válido o estar juntos nas alegrias e tristezas da vida, onde a essência do amor não é procurar felicidade, mas fazer o objeto amado feliz. Isto significa que a beleza que os atrai não advém de adereços físicos, mas da essência do ser interior que exala a pureza da alma no seu relacionamento com Deus. Por isso o amor precisa ser declarado. Assumido publicamente mediante pequeninos gestos de romantismo e ternura.

A reafirmação dos votos conjugais serve, não apenas ao casal que rememora o compromisso de alimentar o amor que os uniu, mas também oferece aos filhos segurança e equilíbrio emocional. A certeza de que não serão órfãos de pais vivos. O amor entre papai e mamãe alimenta a convicção da criança que seu lar é lugar seguro ante as intempéries sociais. Há sustento garantido. Proteção presente. Futuro promissor.

Ousar amar é mais do que desafio aos casais cristãos. Todos precisam saber que o amor que os uniu um dia procede do próprio amor de Deus. O amor há que ser visto, sentido, transmitido e exaltado na sua pureza. Com sua linguagem multiforme não há porque escondê-lo. A sociedade precisa saber que há pessoas comprometidas com o belo da existência. Uma flor. O toque. O perfume. O estar juntos. O usufruir de suas delícias, integram o compromisso de dizer: “Eu te amo”.

A Bíblia é um livro romântico. Descreve o mais profundo e sublime amor. O de Deus as suas criaturas. O Deus que nos ama de modo incondicional, nos desafia a amar o nosso cônjuge como presente especial e dizer-lhe: “Eu sou de meu amado, e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios. Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição” (Cantares 6:3 e 7:10). Por isso ouse amar.


Pastor Julio Oliveira Sanches

Obras da carne

No livro de Gálatas, no capítulo 5, a partir do versículo 19, encontramos advertências sobre as obras da carne. Falando sinceramente, sem nos esconder atrás de nenhuma justificativa, todos sabemos do que Paulo esta falando nestes versículos. Todos vivemos em constante luta contra tais obras. A Palavra de Deus nos diz que se somos guiados pelo Espírito, não estamos mais debaixo da lei. Ou seja, não temos que viver escravos, presos pelo pecado, dominados pelas obras da carne. Podemos e devemos viver a liberdade que há em Cristo. Livres de todas as amarras do pecado, de todas as obras da carne. Mas, lembremo-nos que isto erá uma decisão todos os dias, toda hora.

A Palavra nos afirma, “conhecereis a verdade e a verdade vós libertará”. Desta forma, vamos examinar um pouco mais de perto o que a Palavra esta nos ensinando sobre as obras da carne. Vejamos alguns comentários importantíssimos feitos por Russell Norman Champlin, no Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo.

“Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus” Gálatas 5:19-21

IDOLATRIA: Através da idolatria a natureza humana não-regenerada cria suas divindades segundo os seus desejos humanos, edificando uma teologia capaz de racionalizar a maneira como os pagãos viviam e como tencionavam continuar vivendo.

INIMIZADES: As inimizades, ou seja, “ódios”, palavra utilizada no plural indicando muitas modalidades de ódios, contra Deus e contra os homens. Essa emoção é o oposto exato do amor, pois, ao invés de buscar o benefício e o bem-estar do próximo, busca prejudicá-lo, almejando a sua destruição; assim fica exibido um caráter profano, visto que Deus é amor. As inimizades geram as hostilidades de todas as formas.

PORFIAS: As porfias ou facções – desavença, contenda – trata-se da atitude mental hostil, que cria problemas os mais inesperados entre as pessoas resultando em dissenções e divisões. É a mesma coisa que a “discordia”, a “briga”. É caracterizada pela “ambição”, desatenção, enfeiamento. Buscando propósitos egoístas, promovendo o espírito de partidarismo, as “facções”.

Como é fundamental conhecermos a pura verdade da Palavra e nos expor a ela sem reservas, para que possamos dar lugar ao Espírito Santo que nos convence do pecado e nos leva ao arrependimento. Que esta primeira parte do estudo sobre as obras da carne possa produzir frutos de arrependimento em nossos corações. Abra seu coração e deixe o Espírito Santo falar com você.


Andreia Chagas

No caminho do vencedor sempre existirá barreiras.

Se prestarmos atenção, vamos ver que, na Bíblia Sagrada, todos os grandes vencedores, enfrentaram barreiras antes que pudessem ter a vitória nas mãos. Isso aconteceu inclusive com o próprio Senhor Jesus.

Vejo como Jesus Cristo tomou algumas atitudes que, num primeiro momento, são um pouco difíceis de serem entendidas, como, por exemplo, no episódio descrito em Mateus 15:21-28.

Esse texto bíblico nos diz que uma mulher ia atrás de Jesus, clamando: “Senhor, filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito”. Jesus, porém, não lhe deu atenção e, quando resolveu dizer alguma coisa, afirmou que Ele havia sido enviado apenas para as ovelhas perdidas de Israel. Como a mulher era uma cananéia (os cananeus não tinham a simpatia dos judeus), ela não deveria receber a Sua atenção. Entretanto, como ela insistisse muito, Jesus acabou dizendo-lhe: “Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. Aquela mulher respondeu: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Sabe, quando atento para essa atitude de Jesus, percebo que a mesma não combina com sua Pessoa, pois Ele sempre foi solícito, amigo, sem preconceitos. Então… por que fez isso? Na verdade, Jesus estava colocando uma barreira no caminho daquela mulher para que a mesma pudesse demonstrar a sua fé. Falar que tem fé, todos podem falar, mas é exatamente nas horas mais difíceis, diante das barreiras, que isso é demonstrado.

Se prestarmos atenção, vamos ver que, na Bíblia Sagrada, todos os grandes vencedores, enfrentaram barreiras antes que pudessem ter a vitória nas mãos. Isso aconteceu inclusive com o próprio Senhor Jesus. Antes da crucificação, Ele chegou a pedir: “Pai, se possível passa de mim esse cálice”. Mas Ele se sujeitou a vontade do Pai, pois sabia que depois daquela “barreira” estava a grande benção que seria o resgate de toda a humanidade.

Em outra ocasião, um jovem rico procurou Jesus e perguntou-Lhe o que deveria fazer para herdar o reino dos céus. Jesus citou vários dos mandamentos e o rapaz respondeu que tudo isso já vinha fazendo. Então, Jesus, olhando com amor para aquele rapaz, disse-lhe: “Falta-te uma coisa. Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e segue-me”. Quando o rapaz ouviu isso, deu as costas ao Senhor e foi embora, desistindo, assim, do seu propósito. Mais uma vez uma barreira foi colocada antes da vitória. Isso nos leva a compreender que as barreiras SEMPRE existirão no caminho que leva à vitória.

Se quisermos vencer, devemos ter coragem e buscar forças no Senhor para romper as barreiras. Quantas pessoas que reclamam dessas barreiras, sem perceber que são muito necessárias, pois através delas é que de fato demonstramos a nossa fé. E quantas pessoas estão paradas diante dessas barreiras por tanto tempo, sem conseguir avançar e reclamando que as coisas parecem não mudar, que a vitória parece não vir. Entretanto, a vitória está ali, do outro lado; basta ter a ousadia de fé para querer chegar até lá. Outra coisa importante é lembrar que essas barreiras são individuais, ou seja, cada um tem a sua, dificilmente elas se repetem. Tenha coragem para enfrentar as SUAS próprias barreiras, pois a vitória espera por você.

Ah! Uma excelente noticia: você não estará sozinho nesse processo. Só o que Deus precisa para lhe ajudar é da sua própria iniciativa. No momento em que você levantar o pé para dar o primeiro passo em direção dessa barreira, o Senhor Deus entrará com providência e lhe dará forças. Assim você será MAIS QUE VENCEDOR.

Um forte abraço, que Jesus te abençoe. Fique com Deus.

Pr. Luiz Antonio
Acesse o site do Pr. Luiz Antonio. www.luizantoniosilva.com.br