segunda-feira, 21 de março de 2011

OUSE AMAR

O ministério com famílias na atualidade oferece-nos desafios crescentes e constantes. Satanás tem investido na família, buscando desestruturá-la. O inimigo sabe que um lar dividido não subsiste. Vidas são arruinadas. Às vezes irrecuperadas. O prejuízo social é incalculável. Não há como prever e prevenir o que faz uma criança, criada num lar sem amor, quando jovem, em termos de estragos para si e para os outros. Uma vida sem fundamento sólido leva muitos outros à ruína. A sociedade paga elevado preço pelo desequilíbrio familiar. Amedrontados, todos somos vítimas da ausência de autoridade no lar. Onde não há valores definidos. Todos os valores são corretos, inclusive o descaso com a existência do semelhante.

A Igreja tenta sobreviver e se equilibrar entre os valores novelescos que corroem os lares, e, os fundamentos bíblicos que deviam servir como norte a todos os salvos. É uma luta desigual. Injusta e cruel. Até parece que a malignidade satânica suplanta a santidade divina. Os valores corroídos do pecado sobrepõem-se ao verdadeiro amor que deveria nutrir a vida dos salvos.

Ser puro sexualmente hoje, é vergonhoso. É candidatar-se às chacotas mesquinhas dos depravados. O salvo que prima pelos padrões Divinos sente-se humilhado. Colocado à margem do grupo que se vangloria de suas conquistas irracionais. Não são apenas jovens e adolescentes cristãos a enfrentar as mulheres de potifares modernos. Os casais sofrem as pressões do “Todo mundo faz”. O adultério é o tema preferido das novelas que degradam o nosso povo. Os triângulos amorosos. Relações espúrias e incestos são ensinados com os mínimos detalhes. Os lares se abrem todos os dias para receber aulas e práticas de como ser infiel. Professores especializados em troca de cônjuges ensinam como trair ou revidar uma traição. Como manter relacionamentos amorosos fora do casamento e vencer na vida. Artistas belas, corpos com as “medidas certas”, jovens esbeltos, “sarados”, dão aulas aos nossos filhos de como ser infiel no relacionamento. Como iniciar a vida sentimental sem comprometimento com a família, com o lar e casamento. Satanás é excelente pedagogo. Ele sabe que a aprendizagem vem pela repetição. Por isso sugere aos tolos que é preciso ver de novo, a velha mentira de sempre. Cavalheiros cafajestes, bem aquinhoados na vida, vencem usando a malandragem. “Apaixonam-se” por adolescentes indefesas que sonham com o paraíso das fadas inexistentes. Como é triste assistir a desagregação da família. Permanecer casado. Ser romântico. Manter caráter impoluto. Cumprir os votos conjugais significa cafonice. Aliás o mundo “mudou” e os valores bíblicos não mais valem para os dias atuais.

Neste labirinto escabroso do pecado surge a Igreja que continua a crer nos princípios bíblicos. No casamento como instituição Divina, monogâmica e indissolúvel. Exalta o amor puro entre um homem e uma mulher. Repudia os trejeitos entre duas pessoas do mesmo sexo. Crê na fidelidade e no caráter de duas pessoas ao cumprir o voto conjugal assumido no casamento. Sabe que o amor é dinâmico e há que ser trabalhado a cada dia com esmero e carinho. Preocupa-se em oferecer aos casais recursos para administrar o viver a dois dentro dos parâmetros expostos por Deus. Aceita como válido o estar juntos nas alegrias e tristezas da vida, onde a essência do amor não é procurar felicidade, mas fazer o objeto amado feliz. Isto significa que a beleza que os atrai não advém de adereços físicos, mas da essência do ser interior que exala a pureza da alma no seu relacionamento com Deus. Por isso o amor precisa ser declarado. Assumido publicamente mediante pequeninos gestos de romantismo e ternura.

A reafirmação dos votos conjugais serve, não apenas ao casal que rememora o compromisso de alimentar o amor que os uniu, mas também oferece aos filhos segurança e equilíbrio emocional. A certeza de que não serão órfãos de pais vivos. O amor entre papai e mamãe alimenta a convicção da criança que seu lar é lugar seguro ante as intempéries sociais. Há sustento garantido. Proteção presente. Futuro promissor.

Ousar amar é mais do que desafio aos casais cristãos. Todos precisam saber que o amor que os uniu um dia procede do próprio amor de Deus. O amor há que ser visto, sentido, transmitido e exaltado na sua pureza. Com sua linguagem multiforme não há porque escondê-lo. A sociedade precisa saber que há pessoas comprometidas com o belo da existência. Uma flor. O toque. O perfume. O estar juntos. O usufruir de suas delícias, integram o compromisso de dizer: “Eu te amo”.

A Bíblia é um livro romântico. Descreve o mais profundo e sublime amor. O de Deus as suas criaturas. O Deus que nos ama de modo incondicional, nos desafia a amar o nosso cônjuge como presente especial e dizer-lhe: “Eu sou de meu amado, e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios. Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição” (Cantares 6:3 e 7:10). Por isso ouse amar.


Pastor Julio Oliveira Sanches

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